04 maio 2010

A Absoluta Importância do Motivo

A prova pela qual toda conduta será finalmente julgada é o motivo.

Como a água não pode subir mais alto do que o nível da sua fonte, assim a qualidade moral de um ato nunca pode ir mais alto do que o motivo que o inspira. Por esta razão, nenhum ato procedente de um mau motivo pode ser bom, ainda que algum bem possa parecer provir dele. Toda ação praticada por ira ou despeito, por exemplo, ver-se-á afinal que foi praticada pelo inimigo e contra o reino de Deus.

Infelizmente, a natureza da atividade religiosa é tal que muita coisa dela pode ser levada a efeito por razões não boas, como a raiva, a inveja, a ambição, a vaidade e a avareza. Toda atividade desse jaez é essencialmente má e como tal será avaliada no julgamento.



Nesta questão de motivos, como em muitas outras coisas, os fariseus dão-nos claros exemplos. Eles continuam sendo os mais tristes fracassos religiosos do mundo, não por causa de erro doutrinário, nem porque fossem pessoas de vida abertamente dissoluta.

Todo o problema deles estava na qualidade dos seus motivos religiosos. Oravam, mas para serem ouvidos pelos homens, e deste modo o seu motivo arruinava as suas orações e as tornava não somente inúteis, mas realmente más. Contribuíam generosamente para o serviço do templo, mas às vezes o faziam para escapar do seu dever para com os seus pais, e isto era um mal, um pecado.

Eles condenavam o pecado e se levantavam contra ele quando o viam nos outros, mas o faziam por sua justiça própria e por sua dureza de coração. Assim era com quase tudo que faziam. Suas atividades eram cercadas de uma aparência de santidade, e essas mesmas atividades, se realizadas por motivos puros, seriam boas e louváveis.

Toda a fraqueza dos fariseus jazia na qualidade dos seus motivos. Que isso não é coisa pequena infere-se do fato de que aqueles religiosos formais e ortodoxos continuaram em sua cegueira até que finalmente crucificaram o Senhor da glória sem um pingo de noção da gravidade do seu crime.

smos e maus porque praticados em nome de Deus. Isso é equivalente a pecar em nome daquele Ser que é sem pecado, a mentir em nome daquele que não pode mentir, e a odiar em nome daquele cuja natureza é amor.

Os cristãos, especialmente os muito ativos, freqüentemente devem tomar tempo para sondar as suas almas para certificar-se dos seus motivos. Muito solo é cantado para exibição; muito sermão é pregado para mostrar talento; muita igreja é fundada como uma bofetada nalguma outra igreja. Mesmo a atividade missionária pode tornar-se competitiva, e a conquista de almas pode degenerar, passando a ser uma espécie de plano de vendedor de escovas, para satisfazer a carne.

Não se esqueçam, os fariseus eram grandes missionários, e circundavam mar e terra para fazer um converso. Um bom modo de evitar a armadilha da atividade religiosa vazia é comparecer ante Deus sempre que possível com as nossas Bíblias abertas no capítulo treze de 1 Coríntios. Esta passagem, conquanto considerada como uma das mais belas da Bíblia, é também uma das mais severas das que se acham nas Escrituras Sagradas.

O apóstolo toma o serviço religioso mais elevado e o consigna à futilidade, a menos que seja motivado pelo amor. Sem amor, profetas, mestres, oradores, filantropos e mártires são despedidos sem recompensa. Para resumir, podemos dizer simplesmente que, à vista de Deus, somos julgados, não tanto pelo que fazemos como por nossas razões para fazê-lo.

Não o que, mas por que será a pergunta importante quando nós cristãos comparecermos no tribunal para prestarmos contas dos atos praticados enquanto no corpo. [A Raiz dos Justos, Editora Mundo Cristão.]


3 comentários:

  1. mensagem muito abençoada, os homens veem nossas obras, mas Deus ve o nosso coração.E todo aquele que "sabe" fazer o bem e não o faz já comete o pecado.Seremos julgados não só pelo que fizemos, como também pelo que deixamos de fazer...
    muitos estaram de mãos vazias diante de Deus, porque apesar de se esforçarem tanto, tudo o que fizeram diante dos homens não teve valor algum diante de Deus...
    Devemos sondar nossos corações e dizer como davi: cria em mim um coração puro, renova em mim um espirito reto, torna a dar-me a alegria da salvação e susteem- me com um espirito voluntário...
    a paz, nanda

    ResponderExcluir
  2. Bela postagem! Também creio que o motivo é dá a definição correta dos nossos atos. Ainda mais quando o assunto é "comparecer parente aquEle com quem temos de tratar" (Hb 4.13). Deus te abençoe grandemente.

    ResponderExcluir
  3. Parabéns pela postagem... muito verdadeira...
    Acredito que Deus, diferente das pessoas, conhece o mais profundo de nosso coração...
    E por isso que "muitos" dos que se dizem "cristãos" seram apartados dEele... pois ele dirá.. "nãos os conheço"....
    Que Deus continue abençoando sua vida...
    Grande abraço....

    E quando quiser... visita meu blog... www.gimulek.blogspot.com

    ResponderExcluir